"... dou conta (...) que não podemos vencer esta batalha para salvar espécies e ambientes sem criarmos um laço afetivo com a natureza, pois não lutaremos por salvar aquilo que não amamos (mas só apreciamos de um modo abstrato)"

Stephen Jay Gould, 1993



Gavião

O gavião (Accipiter nisus) foi uma das espécies menos comuns que identificámos este ano, nunca antes tinha sido avistado na região. Esta pequena ave de rapina fez a sua aparição em três das nossas saídas durante os meses de inverno. Tratou-se provavelmente do mesmo indivíduo, um macho invernante (visitante de inverno) de passagem por Canelas.

Gavião (Accipiter nisus). Imagem daqui.

O gavião é uma ave de rapina tipicamente de bosques e florestas. Especializou-se em perseguir pequenas aves voando habilmente por entre árvores e folhagem por vezes densa.
Queres ver como é? então clica aqui para veres um vídeo.

Existe um acentuado dimorfismo sexual nesta espécie, o macho é bastante menor que a fêmea e apresenta listas avermelhadas no peito ao contrário da fêmea que apresenta o peito listrado de cinzento.

A observação de uma ave tão pouco comum provocou grande excitação nos elementos das equipas que a puderam acompanhar por um bom par de minutos através dos seus binóculos sobrevoando os pinhais da Serra de Canelas.

Observação de um gavião na região da Trilha da Serra de Canelas.


Uma vez na escola, as equipas pesquisaram informações sobre a espécie e registaram-nas nos seus cadernos de campo.

Fase de pesquisa de informação sobre o gavião (Accipiter nisus).

Colagem da estampa referente à espécie no caderno de campo.

Registo da observação de um gavião. Caderno de campo da Paula do 6ºI.



Bilhete de identidade do gavião:

Nome científico: Accipiter nisus

Filo: cordados

Classe: aves

Comprimento: 28 - 38 cm

Habitat: florestas e bosques, campos marginais de bosques e charnecas.

Dimorfismo sexual: o macho é menor que a fêmea e apresenta um tom arruivado no peito. A fêmea é listrada de cinzento na parte inferior.

Alimentação: pequenas aves (carnívoro).

Tipo de ocorrência: visitante de inverno (de passagem).

Frequência: raro.

Bico-de-lacre

O Bico-de-lacre, Estrilda astrild, é uma espécie originária do continente africano. Em Portugal, começou a ser observada em liberdade no ano de 1964 (na região de Caldas da Rainha) devido principalmente a fugas de cativeiro (a espécie ainda hoje é vendida como ave de gaiola). Dado que encontrou no nosso país condições ambientais favoráveis, expandiu-se rapidamente pelo território nacional.


Bico-de-lacre (Estrilda astrild) fotografado na região da Trilha.



Expansão do bico-de-lacre em Portugal Continental até 1999.


Foram já várias as ocasiões em que nos cruzámos com estas pequenas aves. Acontece, porém, que numa das últimas saídas tivemos a oportunidade de observar bem de perto um ruidoso bando durante uns bons dez minutos.

Queres relembrar o som característico do bico-de-lacre? Ouve-o aqui.

Podes ver também este pequeno vídeo:






A observação, bem como algumas informações pesquisadas posteriormente sobre a biologia da espécie, foram registadas, como é habitual, nos cadernos de campo dos participantes.
Registo da observação de bicos-de-lacre. Caderno de campo da Alina do 6ºI.






Bilhete de identidade do bico-de-lacre:

Nome científico: Estrilda astrild

Filo: cordados

Classe: aves

Comprimento: cerca de 8 cm;

Habitat: zonas húmidas ou linhas de água com vegetação densa como caniçais e silvados em regiões de baixa altitude.

Dimorfismo sexual: o macho e a fêmea são muito parecidos, é difícil distingui-los quando estão em liberdade.

Alimentação: sementes de gramíneas (granívoro).

Tipo de ocorrência: espécie residente

Frequência: muito frequente

Nota: trata-se de uma espécie exótica (introduzida no nosso país).


De regresso à escola

Após algumas saídas ao campo chegou o momento das equipas ficarem na escola a fim de desenvolverem trabalhos de pesquisa e aprofundarem os conhecimentos sobre as espécies já identificadas.

Depois das saídas ao campo as equipas permaneceram na escola a fim de realizarem trabalho de pesquisa sobre as espécies observadas e atualizarem os seus cadernos de campo.  


O trabalho de pesquisa sobre as espécies observadas realiza-se a partir de diversos guias de campo e livros de divulgação científica.

Consulta de um guia de campo de aves.


A informação, depois de pesquisada por alguns dos elementos, é partilhada com o grupo.

Leitura de alguns dos aspetos mais relevantes sobre a biologia de uma das espécies observadas nas saídas de campo anteriores.

As principais conclusões, depois de devidamente discutidas, são registadas pelos elementos do clube nos seus cadernos de campo.

Fase de registo das conclusões nos cadernos de campo.


Às informações sobre cada espécie observada, os elementos do clube juntam uma imagem que recortam previamente e colam no caderno de campo. Desta forma vão construindo um pequeno guia de bolso pessoal.

Imagens utilizadas para ilustrar as informações registadas.


Após a colagem da imagem no caderno segue-se a fase de registo da informação.


Todo este trabalho é do agrado dos elementos das equipas que vêem os seus cadernos cada vez mais bonitos e interessantes, mas...
... A verdade é que estamos todos mortinhos por voltar ao campo!